Quinta , 19 Set de 2024

Com obras autorizadas, VLT atenderá às áreas mais pobres de Salvador

Desde que assumiu o governo da Bahia, Jerônimo defendeu que modal para o Subúrbio era prioridade

14/06/2024 | Por: da Redação

Com obras autorizadas, VLT atenderá às áreas mais pobres de Salvador

Com obras autorizadas, VLT atenderá às áreas mais pobres de Salvador (Metrolinha1)

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) assinou nesta sexta-feira, 14, em cerimônia realizada na sede da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), a ordem de serviço para as obras do novo VLT (veículo leve sobre trilhos) de Salvador, modal de 36,4 km que ligará a Calçada à Ilha de São João; Paripe a Águas Claras; e Águas Claras à orla de Piatã. O projeto foi totalmente construído durante a atual gestão estadual, sobretudo para atender às necessidades da população do Subúrbio Ferroviário, que sofre desde a desativação, em fevereiro de 2021, da linha de trens que circulavam na região.

Além da desativação dos trens, o governo da Bahia vivia um imbróglio com o consórcio Metrogreen Skyrail, que pedia mais recursos para executar o contrato de implantação de um monotrilho no Subúrbio Ferroviário. Tudo isso, conforme revelado por fontes do Portal METROLINHA1 no entorno de Jerônimo, fazia o governador se sentir em dívida com a população suburbana, estabelecendo como prioridade de sua gestão a entrega de modal moderno para a região.

Visando acelerar a entrega desse modal de transporte, Jerônimo decidiu pelo cancelamento do contrato com a Skyrail e orientou a CTB, comandada por Ana Cláudia Nascimento, a construir um novo projeto de VLT para a capital baiana, que pudesse complementar o Sistema Metroviário de Salvador e Lauro de Freitas (SMSL). Assim foi feito.


“Nós iremos transformar a cidade, assim como o metrô teve seu impacto de transformação. Para vocês terem uma ideia, são 38 km de metrô hoje. Nós implantaremos mais 36 km de VLT. E ele traz consigo também toda uma requalificação da região. No trecho 2, a BA-528, conhecida como Estrada do Derba, será duplicada e, no canteiro central, instalado o VLT. No trecho 1, é toda uma requalificação do Subúrbio, porque não é só a questão do transporte. Vem com isso uma requalificação urbana. A valorização imobiliária, com certeza, virá a reboque disso”, exaltou a presidente da CTB, em entrevista ao Portal Metrolinha1.

A instalação do modal terá um custo alto para a gestão estadual. O projeto está estimado em R$ 3,6 bilhões, sem contar com a compra do chamado material rodante, que inclui os trens do VLT. Esses vagões devem ser adquiridos junto ao governo do Mato Grosso por um valor entre R$ 700 milhões e R$ 750 milhões, conforme revelado, sob condição de sigilo da fonte, por um integrante do primeiro escalão da administração Jerônimo Rodrigues.

Para o governador, o aumento do custo da obra, estimado em R$ 1,5 bilhão na época da Metrogreen Skyrail, tem relação com a ampliação do projeto, que antes previa um traçado de apenas 23,26 km.

“Realmente, o projeto inicial só contemplava até o Subúrbio. Então, nós revisitamos o projeto e estabelecemos que nós poderíamos ampliar, por diversos motivos. É um novo projeto. Isso realmente elevou o valor, por conta do tamanho da quilometragem”, argumentou Jerônimo, durante entrevista coletiva.


Com a ampliação do projeto, além do Subúrbio, o VLT de Salvador também passou a atender a outra região menos abastada da cidade: o chamado “miolo”, onde ficam bairros como Cajazeiras, Castelo Branco e Águas Claras, onde haverá uma das principais estações do modal, em integração com o metrô.

A importância desse modal para o governo do estado esteve simbolizado, na cerimônia desta sexta, pelas presenças das principais lideranças do grupo governista da Bahia: além do governador Jerônimo Rodrigues, também marcaram presença o senador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), governador responsável pelo primeiro projeto de VLT no Subúrbio.

“É mais do que um projeto de eletromobilidade. É um projeto de integração da cidade. É um projeto que abre a região, na minha opinião, mais bonita da cidade, que é a Baía de Todos-os-Santos, para a geração de emprego, para a atividade econômica, para o turismo, para que o Brasil e o mundo possam conhecer a nossa culinária, a nossa cultura afro”, declarou o ministro Rui.

Detalhes

Apesar do governo do estado ainda não admitir, a previsão é que o VLT de Salvador seja administrado pela CCR Metrô Bahia, atual concessionária do SMSL. De acordo com apuração do Portal A TARDE, a avaliação da gestão estadual é que não é interessante manter mais de uma empresa no comando do mesmo sistema de transporte.

Ainda nesse sentido, o governo da Bahia também já sabe que a tarifa do VLT será a mesma aplicada no metrô, hoje de R$ 4,10. A cobrança tarifária, porém, não será realizada por catracas na maioria das paradas do sistema. A ideia é instalar a cultura do pagamento voluntário, como já existe nos modais do Rio de Janeiro, de Santos e de diversas cidades da Europa.

Além da Calçada, o VLT de Salvador terá outras 34 paradas, com passagens nas proximidades de bairros populares, Baixa do Fiscal, Santa Luzia, São Caetano, Lobato, União, São João, Plataforma, São Braz, Itacaranha, Escada, Praia Grande, Periperi, Setúbal, Coutos, Paripe, Olindina, São Luiz, Ilha de São João, Base Naval, Via do Bronze, Moema, Valença, Hospital do Subúrbio, Valéria, São José, Águas Claras, Castelo Branco, Cajazeiras, Canabrava e Bairro da Paz.


É na região do Bairro da Paz, inclusive, que haverá uma das intersecções do VLT com o metrô, na Linha 2. A outra ocorrerá em Águas Claras, estação mais recente da Linha 1 do SMSL.

Também é destaque no projeto do VLT todo o processo de urbanização nas regiões ao redor do modal. Além da duplicação da Estrada do Derba e da implantação da Via Alimentadora São Bartolomeu, o governo da Bahia pretende ainda realizar a requalificação do entorno da antiga linha de trens do Subúrbio, incluindo a recuperação do edifício da antiga Fábrica São Brás, que deverá ser transformado em uma espécie de Parque das Ruínas.

A previsão é que o modal comece a funcionar parcialmente em 2026. Entretanto, o primeiro trecho totalmente completo deve ser a parte do Subúrbio Ferroviário, a ser finalizado em junho de 2027. Os outros dois trechos, de Águas Claras e de Piatã, por outro lado, só devem ser concluídos em agosto de 2028, terminando inteiramente o projeto.











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